Cultura

O seguinte texto serve de base para todos nós, Portugueses, reflectirmos. Quer seja esta reflexão uma reflexão individual, ou nós,como indivíduos, integrados numa cultura de raízes centenárias, que é a cultura Portuguesa.

Caminhará Portugal para a sua morte?
Não será hora de erguer este País?
Qual é o nosso contributo para levantar Portugal?

“Se o código genético transmite a todas as espécies as suas qualidades inatas, é a cultura, através de códigos e costumes, que transmite o adquirido, ou seja, a experiência das gerações passadas, e abre o caminho para a consciência Humana sair do imediato, capitalizar e criar. A própria existência da rede cultural caracteriza a emergência da consciência humana, ou seja, a capacidade de se projectar no futuro e de se interessar por coisas que superam o imediato. Tudo o que é transmitido pela cultura constitui mensagens que não veiculam apenas informações de carácter alimentar imediato mas que são também carregadas de um sentido que vai para além da sua realidade material. Portadoras de uma carga efectiva e simbólica, respondem a necessidades que ultrapassam a sua função material específica. A cultura humana constitui a matriz do processo de humanização da espécie. A cultura representa, ao mesmo tempo, o modo de organização simbólica de um grupo e o modo de transmissão desta organização e do conjunto de valores, sustentando a representação que o grupo faz de si próprio, das suas relações com os outros grupos e das suas relações com o universo natural. (..)”
“(..) A cultura é uma identidade global que se comporta sempre como um todo. As suas componentes são interactivas e qualquer modificação de uma delas tem repercussões no conjunto. Funciona como um sistema que compreende um conjunto de valores, de comportamentos e de método. As civilizações morrem quando os povos já não conseguem mais utilizar a sua própria cultura para responder aos desafios com os quais se confrontam. Cabe à educação, na sua função de transmissão de cultura, a função de a manter viva, de introduzir os novos pontos de referência, as inovações por vezes vindas de fora, dando-lhes um sentido, uma coerência, para que possam integrar e enriquecer a antiga imagem do mundo. (..)”

EGIPTO INICIÁTICO – FERNAND SCHWARZ

3 comments:

O Micróbio II said...

Não sou tão pessimista ao ponto de dizer que a nossa cultura está de rastos e que isso pode levar à nossa morte.

ordePadamaR said...

Ao que se refere o texto, julgo faltar uma ideia, que pode ser expressa pela palavra Tradição, no sentido que pode ler e que me foi transmitido.

Vidé:
http://thatsforeveryousaid.blogspot.com/2007/06/tradio.html

Os povos que perdem a sua tradição, estão condenados sim; depois vem a perda da entidade cultural e o fim dos usos e costumes ou seja, a cultura.

A transmissão de conhecimento por via oral por exemplo, ou na relação mestre-dísciplo, tem na sua raiz a linhagem de transmissão.

Se essa cadeia se quebra, adeus tradição - porque um livro não fala e não se actualiza de per si. A prova? - Toda a cultura e tradição egípcia..perdida, a civilização Maia... Técnicas terapeuticas, Ciência, espiritualidade, tudo reduzido a um puzle incompleto.

RV said...

Segundo o Mesmo autor, a Cultura é uma imagem através da qual as três funções essenciais da actividade humana são asseguradas:
- A Organização, através da inspiração nos modelos míticos, como base da estrutura individual e social, pois são os mitos que revelam as verdades da alma.
- A regulação, associada às festividades e valorizações simbólicas, tal como Mircea Eliad diz, “um regresso ao illo tempore” esse tempo primordial que tudo cura, regenera e purifica.
-A Transmissão,” que assegura a comunicação entre gerações através da tradição, cuja função é manter a cultura viva, ou seja, fazer reviver os valores fundadores ou imagens força para as gerações mais jovens. A tradição perpetua-se através da iniciação, conjunto de ritos de passagem com vista a obter uma qualificação ontológica irreversível, ou seja, uma metamorfose do ser individual ou colectivo através das provas de questionamento, vividas do interior para o exterior” – Fernand Schwarz